sexta-feira, março 05, 2010

*A Mulher e o Esporte: Preconceito e Superação*


A polêmica sobre a prática de atividade esportiva por mulheres é tão antiga quanto a dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, onde os homens competiam nus e as mulheres eram proibidas até de assistir às competições. O veto às mulheres estava no primeiro item do regulamento Olímpico, que proibia a participação de mulheres em qualquer modalidade. Às mudanças foram lentas até que vários séculos se passaram antes que às mulheres começassem a conquistar o direito de praticar alguns esportes.


Na Idade Média, com o comportamento fortemente influenciado pela Igreja Católica, a prática esportiva ainda continuava proibida para as mulheres. Só a partir do Renascimento é que as mulheres foram liberadas a praticar algumas modalidades femininas. A mulher só conseguiu conquistar um espaço mais significativo no esporte após a mudança provocada pelas idéias dos filósofos humanistas.


Apesar de vários avanços, a participação efetiva do sexo feminino nos esportes competitivos aconteceu apenas nos jogos olímpicos de 1900, onze mulheres foram até Paris, na França, para participar dos I Jogos Olímpicos da era Moderna. Desde então, a participação feminina nos Jogos Olímpicos tem crescido constantemente, a ponto de restarem poucas modalidades que não oficializaram as competições para os dois sexos.

Todas as atletas reconhecem problemas para a prática do esporte inerente ao sexo, como a gravidez, mas conseguem supera-los juntamente com a dificuldade de patrocínio, divulgação na mídia e o preconceito. Argumentos como a masculinização da mulher esportista são derrubados todos os dias pela ciência ou pelas atletas, na medida em que se tornam mais conhecidas e respeitadas pela mídia.


Nos esportes que exigem esforços contínuos, seria inimaginável há alguns anos, a participação das mulheres, sobretudo os tidos como mais radicais, era vista como reservas por boa parte do meio esportivo a até no meio acadêmico. Afinal, muitos defendiam que as diferenças físicas entre os sexos seriam um fator de impedimento para que as mulheres praticassem esportes como judô, box, karatê, maratona, salto com vara, salto triplo, futebol, basquete e ciclismo, que tanto demoraram para se abrir à participação feminina. A conquista de um espaço maior para as mulheres no esporte brasileiro só tem sido possível graças ao esforço de um grupo de atletas que lutam para quebrar recordes e preconceitos.
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*Denise Guerra - Professora de Educação Física*

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